O conceito de Desenho Universal se desenvolveu entre os profissionais da área de arquitetura na Universidade da Carolina do Norte – EUA, com o objetivo de definir um projeto de produtos e ambientes para ser usado por todos, na sua máxima extensão possível, sem necessidade de adaptação ou projeto especializado para pessoas com deficiência.
Porém com os anos este conceito se desenvolveu e viu-se que ele precisa ir além de abranger somente, aos que aparentemente irão necessitar dessa tecnologia. Hoje ele é visto como uma forma de atender a todas as pessoas. A idéia do desenho universal é evitar que se produzam ambientes voltados para pessoas com deficiência, mas sim construir ambientes que qualquer pessoa em qualquer fase de sua vida possa ser usuária dos espaços e objetos com segurança e autonomia.
Os sete princípios do desenho universal
1. Uso equitativo ou igualitário
Propor espaços, objetos e produtos que possam ser utilizados por usuários com capacidades diferentes;
Evitar segregação ou estigmatização de qualquer usuário;
Oferecer privacidade, segurança e proteção para todos os usuários; z Desenvolver e fornecer produtos atraentes para todos os usuários.
Ex: Portas com sensores que se abrem sem exigir força física ou alcance das mãos de usuários de alturas variadas.
2. Uso flexível
Criar ambientes ou sistemas construtivos que permitam atender às necessidades de usuários com diferentes habilidades e preferências diversificadas, admitindo adequações e transformações;
Possibilitar adaptabilidade às necessidades do usuário, de forma que as dimensões dos ambientes das construções possam ser alteradas.
Ex: Computadores adaptados
3. Uso simples e intuitivo
Permitir fácil compreensão e apreensão do espaço, independente da experiência do usuário, de seu grau de conhecimento, habilidade de linguagem ou nível de concentração;
Eliminar complexidades desnecessárias e ser coerente com as expectativas e intuição do usuário;
Disponibilizar as informações segundo a ordem de importância.
Ex: Uso de placas de identificação
4. Informação de fácil percepção
Utilizar diferentes meios de comunicação, como símbolos, informações sonoras, táteis, entre outras, para compreensão de usuários com dificuldade de audição, visão, cognição ou estrangeiros;
Disponibilizar formas e objetos de comunicação com contraste adequado;
Maximizar com clareza as informações essenciais;
Tornar fácil o uso do espaço ou equipamento.
Ex: Utilizar diferentes maneiras de comunicação, tais como símbolos e letras em relevo, Braille e sinalização auditiva.
5. Tolerância ou sensibilidade ao erro (segurança)
Considerar a segurança na concepção de ambientes e a escolha dos materiais de acabamento e demais produtos – como corrimãos, equipamentos eletromecânicos, entre outros – a serem utilizados nas obras, visando minimizar os riscos de acidentes.
Ex: Rampa com guarda corpo e corrimão
6. Esforço físico mínimo
Dimensionar elementos e equipamentos para que sejam utilizados de maneira eficiente, segura, confortável e com o mínimo de fadiga;
Minimizar ações repetitivas e esforços físicos que não podem ser evitados.
Ex: Torneiras de sensor ou do tipo alavanca, que minimizam o esforço e torção das mãos para acioná-las.
7. Dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente
Que estabelece dimensões e espaços apropriados para o acesso, o alcance, a manipulação e o uso, independentemente do tamanho do corpo (obesos, anões etc.), da postura ou mobilidade do usuário (pessoas em cadeira de rodas, com carrinhos de bebê, bengalas etc.).
Ex: Mobiliário adequado que permite que um cadeirante tenha acesso a todos os compartimentos com conforto e segurança.
Por Elmo Gomes
Fontes: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/manual-desenho-universal.pdf
http://maragabrilli.com.br/wp-content/uploads/2016/01/universal_web-1.pdf