Aos domingos pela manhã o belo-horizontino sempre tem como uma boa opção a visita à Feira Hippie, que acontece na Avenida Afonso Pena em frente ao Parque Municipal, onde se pode admirar e curtir a natureza enquanto as crianças se divertem nos variados brinquedos. Na manhã do dia 16, além dos já tradicionais motivos para um bom passeio, a diversidade cultural chegou ao parque com o espetáculo Os 4 Distintos, da Cia Teatral Crepúsculo, por meio da Mostra In Minas, que acontece até o dia 30 de agosto na capital mineira.
O ator e bailarino Cláudio Márcio e as atrizes e bailarinas Mariana Botelho, Sílvia Carvalho e Luciane Kattaoui emocionaram o público presente contando a história de quatro amigos que por meio do lúdico e do faz-de-conta desvendam o mundo dos sonhos e das aspirações e leva o público a uma reflexão profunda sobre desejos, possibilidades que pessoas com limitações aparentes ou não aparentes vivenciam.
O Julinho, interpretado por Cláudio, teve paralisia cerebral e por isso é cadeirante, ele é um menino serelepe e bem divertido. A Bellinha, encenada por Mariana, tem síndrome de down e é uma garota cheia de sonhos. Sílvia vive a Tininha, uma criança cega, que sente muito orgulho de ser brasileira e é apaixonada por futebol. E Luciane incorpora a Karina, uma menina que não tem limitações aparentes, é muito confusa nas suas escolhas e não sabe direito o que quer ser quando crescer, mas, de uma coisa ela tem certeza, ama seus amigos e acredita que juntos podem viver muitos sonhos e alegrias.
Após uma bela interpretação da trupe de artistas do Crepúsculo o que se via era um público emocionado e tocado por um tema tão importante e atual. O ator Glaydson de Paula estava com os olhos cheios de lágrimas, assim como a maioria dos espectadores, e declarou: “a peça consegue mexer com o que há de mais nobre na pessoa, as emoções vêm de tal forma a transbordar em lágrimas de felicidade por conta do envolvimento da ONG com a transformação da visão do público. Verdadeiramente a peça me fez sentir esperança no desenvolvimento dos humanos em prol da felicidade. Senti-me nas nuvens no momento da apresentação da Cia Teatral Crepúsculo, parecia que eu estava no céu e sem precisar morrer. A peça é a mais sublime demonstração de que podemos ser felizes com os pés no chão, e agora é só pensar na delícia que é ver que todos temos limitações, ora aparentes, ora não. Obrigado Crepúsculo, vocês têm o dom de fazer o céu aqui na terra, que Deus continue nos abençoando”.
O garotinho Tales de Almeida, de apenas oito anos, se divertiu com o espetáculo e disse que o mais legal foi quando o ator Cláudio Márcio, o Julinho, imitou o tubarão e assustou suas amiguinhas.
O domingo do belo-horizontino que esteve presente na Mostra In Minas acompanhando este espetáculo com certeza foi bem reflexível, mostrando que podemos ser melhores seres humanos se conseguirmos perceber o quanto somos iguais sem deixarmos de ser distintos.
Por Elmo Gomes.